Jogar futebol ou praticar outro esporte é pecado?
Olha, sinceramente, o meio evangélico
(especialmente o pentecostal) ainda tem muito o que aprender sobre o que é
santidade e o que é pecado. A falta de entendimento não atinge apenas membros
sem posição eclesiástica na igreja, mas também muitos homens que trajam seus
paletós (nada contra o uso de paletó) e se sentam atrás do púlpito (modelo
herdado pelo catolicismo romano, sem base alguma neo-testamentária). Fiquei
sabendo que até mesmo um presbítero (não vou citar a igreja e nem a cidade) já
chegou para um irmão e disse que ele largasse o futebol que pratica de vez
enquanto com outros irmãos (inclusive eu), com o fim de melhorar o seu
testemunho.
Oras (já tomando as dores), não vejo
razão lógica alguma, nem muito menos fundamento bíblico para se condenar a
prática de esportes por parte de um crente em Jesus. O cerne do testemunho
cristão deve ser não promover escândalos nem para os crentes, nem para os
ímpios (1
Co 10:32), e, sinceramente, qual escândalo há
em se praticar um esporte, ou jogar um futebol? As passagens de Rm 14:13-23 e 1 Co 8:7-13 são
esclarecedoras para o caso em questão, bastando apenas reproduzir as conclusões
de Paulo em cada passagem: “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus.
Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas
aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo
o que não é de fé é pecado” Rm 14:22,23 e “Por isso, se a comida escandalizar a
meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize” 1 Co 8:13.
O que aprendemos com estas passagens? Que aquilo que não é proibido pela
Bíblia, seja direta ou indiretamente, e é praticado sem culpa por um crente
sábio e firme, não é pecado. E quanto à conclusão de 1 Co 8? Bem, é só ver que
para a cultura judaica comer alimentos sacrificados aos ídolos era pecado e
totalmente reprovado por toda a nação, algo que não ocorre com o futebol aqui
no Brasil; lembrando que no primeiro caso o apóstolo concluiu que o ato em si
de comer alimentos sacrificados aos ídolos não era pecado e nem impuro.
É bem certo que o crente, assim como
em tudo que faz, deve primar por um bom testemunho em relação aos que o cercam,
e isso também vale para aquele crente que pratica esporte com pessoas ímpias.
Evitar certas palavras, expressões, bem como não se envolver em brigas e
discussões mais pesadas é o que se deve esperar de um cristão, pois como bem
disse Paulo, “em
tudo te dá por exemplo de boas obras” Tt 2:7.
Lembremos por fim que o próprio Paulo
valeu-se do esporte e seus praticantes para realizar uma alegoria doutrinária (1 Co 9:24-27), bem como o nosso corpo é o Templo do Espírito
Santo (1
Co 6:19), sendo que somos responsáveis por
sua conservação (1
Co 3:17). Esporte é saúde!
Precisamos criar uma fama de pessoas
esclarecidas, que se cuidam, cuidam da saúde, e colocar por terra de uma vez
por todas a idéia dos ímpios que crente é uma pessoa ignorante e isolada da
sociedade. Meu posicionamento não trás escândalo algum, ao contrário da linha
divergente.
Obs.: lembrando que estou falando de
esportes!
Com amor,
Anchieta Campos
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