O cristão e as relações sociais
Texto Áureo
"Tendo
o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em falam mal de vós,
como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação,
pelas boas obras que em vós observem". 1 Pe 2.12
Verdade
Aplicada
Nossas
obrigações como cidadãos e servos de Deus devem mostrar, acima de tudo, a
glória de Deus.
Objetivos da Lição
Apresentar
a integridade como fator essencial na vida do cristão;
Definir
o que é a liberdade cristã;
Mostrar
como deve o cristão se comportar diante da sociedade.
Texto de Referência
1 Pe 2.11 Amados,
peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais, que combatem contra a alma,
1 Pe 2.12 Tendo o
vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em falam mal de vós,
como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras
que em vós observem.
1 Pe 2.13 Sujeitai-vos,
pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior;
1 Pe 2.14 Quer aos
governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores e para louvor dos que fazem o bem.
1 Pe 2.15 Porque assim
é a vontade de
Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca da ignorância dos homens loucos;
1 Pe 2.16 Como livres
e não tendo
liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.
1 Pe 2.17 Honrai a
todos. Amai a fraternidade. Temei a
Deus.
Honrai o rei.
1 Pe 2.18 Vós, servos,
sujeitai-vos com
todo o temor ao senhor, não somente ao bom e humano, mas também ao mau;
Ajuda 1
"Portai-vos de modo que não deis
escândalo nem aos judeus, nem aos gregos nem à igreja de Deus" (1Co 10.32).
Estamos sendo transformados segundo a
imagem de Cristo, temos portanto o dever de demonstrar
ao mundo a realidade desta operação do Espírito em nossa vida.
Todo o crente precisa dar testemunho de
Cristo diante da sociedade em que vive. Testemunhar significa muito mais que
simplesmente falar de Cristo. Testemunhar é também reconhecer as autoridades
levantadas por Deus para servirem de governantes no mundo. Por amor de Cristo,
o cristão deve reconhecer e aceitar suas responsabilidades e obrigações de
cidadania, em submissão aos direitos legítimos do Estado. A obrigação cristã
não depende do caráter pessoal da autoridade, mas depende do ofício exercido e
dos deveres de que essa autoridade está encarregada (Rm 13.1).
Enquanto a obediência às leis humanas
não envolve desobediência a Deus, cumpre-nos submetermo-nos a elas por amor a
Cristo (At 4.19; 5.29).
O crente tem um relacionamento com a
sociedade, e deve ser visto como um bom cidadão, cumpridor dos seus deveres e
respeitador das leis. Deus
deseja que sejamos um exemplo para o mundo, influenciando os que estão à nossa
volta. As autoridades foram instituídas por Deus para julgar os que
praticam o mal e recompensar os bons cidadãos. Apesar dessas designações, as
autoridades são humanas e, por isso, falhas. Uma das falhas pode ser julgar
erradamente os bons, reputando-os por maus. É principalmente nesse caso que
deve o cristão manter o testemunho de Cristo.
Que tipo de relacionamento deve ter o
crente com a sociedade? Deverá isolar-se totalmente do mundo a fim de manter-se
afastado das más influências, ou aproximar-se dele para transformá-lo com o
poder do evangelho de Cristo?
O Cristão e o Próximo
1. Exemplo para o mundo. O v.12 faz-nos lembrar da oração sacerdotal de Jesus quando
disse: "Não peço que os tires do mundo; mas que os livres do mal" (Jo
17.15). A missão dos discípulos de Cristo é ser sal da terra e luz do mundo. Isso exige ter contato com o
mundo, e não tremer diante dele ou fugir. Cristo não orou para que seus
discípulos fossem tirados do mundo, mas sim, preservados do mal que há no
mundo.
Todo crente deve influenciar a sociedade
à prática do bem com o testemunho de sua própria vida, tendo sempre o cuidado
de manter-se afastado das concupiscências carnais. O modo de viver do cristão
tanto pode exaltar como denegrir o nome de Cristo.
2. As boas obras. Para o cristão, "fazer o bem"
significa viver conforme os ditames da Palavra de Deus, os quais expressam a
sua vontade (1 Pe 3.10-12; 4.2; 1.15). A vida cristã
genuína deve ser vivida de tal forma que, ao observá-la, as pessoas se sintam
motivadas a glorificar a Deus (Mt 5.16).
3. A liberdade cristã. O exercício da liberdade cristã
pelo crente não é simples e fácil como muitos imaginam. Além desta epístola,
outros livros da Bíblia tratam do assunto com detalhes, como Gálatas, Romanos e
1 Coríntios.
O v.16 nos ensina que a liberdade cristã
nunca deve ser usada para "encobrir" atos maliciosos. Se a liberdade
for usada para o mal, deixa de ser liberdade, para ser escravidão espiritual.
A conduta e o comportamento antibíblicos de certos crentes, considerados como "uso
da liberdade cristã", não é outra coisa senão anarquia na igreja (cf. 2 Pe 2.19). É o temor do Senhor, os ensinos da Palavra de
Deus, a direção e o poder do Espírito Santo em nossas vidas que nos levam ao
correto uso da autêntica liberdade cristã. Em suma, o autocontrole impelido
pelo Espírito é a única base duradoura para a liberdade: "Se sois guiados
pelo Espírito, não estais debaixo da lei" (Gl 5.18). O homem inteiramente
controlado por Deus é verdadeiramente livre. Não significa fazer o que queremos
para satisfazer a vontade da nossa natureza humana e carnal. É liberdade em
Cristo para fazer o que devemos, segundo a vontade do Senhor (Lc 14.33).
Uma pessoa que realmente ama a Deus não
se fiará na liberdade de Cristo para conduzir sua vida separada da soberana
vontade do Pai, desonrando-o em sua santidade.
Liberdade Cristã
Benefício da graça pelo qual o pecador
arrependido é liberto da velha natureza, passando a viver de forma voluntária e
integral para a glória de Deus (Jo 8.32).
Soberana vontade do Pai
Autoridade inquestionável que Deus
exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de
tudo de acordo com os seus conselhos e desígnios.
O Cristão e o Estado
1. Autoridades. Jesus ordenou: "Daí a César o que
é de César" (Mt 22.21). A Bíblia ensina que os
que governam o fazem por delegação divina. Todo poder pertence a Deus (Sl 62.11).
Portanto, submeter-se à autoridade é um modo de honrar a Deus. A submissão é um
ato de fé que estabelece Deus como a autoridade máxima sobre o relacionamento,
seja como governo, igreja, emprego ou família. Quanto maior a autoridade, maior
a responsabilidade para com Deus. Todo cristão deve respeitar as leis, ser
cauteloso e autodisciplinado.
2. "Sujeitai-vos". A expressão "sujeitai-vos" (v.13), não implica obediência cega às autoridades,
mas consciente, à luz da fé cristã. Observe as palavras do próprio apóstolo
Pedro perante o Sinédrio: "Julgai vós se é
justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus" (At 4.19).
Deus instituiu e ordenou os governos para garantir a ordem e a justiça na
sociedade, por isso o crente deve submeter-se a eles. Todavia, se tais governos
deixarem de exercer a sua devida função, e passarem a agir no sentido contrário
a Palavra de Deus, o cristão deverá obedecer a Deus, e não mais aos homens.
Esta doutrina continua em Romanos 13.1-7 e Tito 3.1,2.
Relações de Trabalho
Além do v.18 desta lição sobre o
relacionamento patrão-empregado e chefe-subordinado, há várias outras
orientações bíblicas sobre o assunto, como em Ef 6.5-7; Cl 3.22-25; 1 Tm 6.1,12; Tt 2.9,10; Rm 13.1-7. Nestes textos aprendemos
que os empregadores devem ser generosos e os empregados honestos e zelosos no
seu trabalho, merecendo assim o reconhecimento do seu serviço. Essa relação
deve basear-se no respeito e ajuda mútua, uma vez que todos os homens têm um
Senhor nos céus, a quem terão de prestar contas.
1. Os deveres dos que prestam serviço a outrem. O que quer que
o cristão faça, deve ser feito como ao Senhor (Rm 14.7-9). Ou seja, deve
trabalhar como se Cristo fosse o seu patrão, sabendo que todo o trabalho
realizado "como ao Senhor", um dia será recompensado com um galardão
(Ef 6.6-8).
Qualquer trabalho ou serviço deve ser
prestado como se fosse oferecido ao próprio Senhor celestial. Em todas as
coisas, o que importa é o "espírito" com que é feito o trabalho, e
não simplesmente o produto como o homem o vê - tudo o que se faz deve ser feito
de coração e de boa vontade (Cl 3.22).
2. A atitude do senhor. O patrão ou chefe cristão deve
saber que tudo o que ele diz ou faz ao seu subordinado deve ser dito ou feito
lembrando-se de que ele (o patrão) tem um Senhor nos céus. A Ele deve esse
patrão ou chefe prestar contas, inclusive quanto à maneira com que tratou seus
subordinados. Há patrões e chefes que se dizem crentes e reduzem seus
subalternos a pouco mais que escravos, exigindo trabalho longo e árduo, em
troca de um salário insignificante, simplesmente por gozarem de posição social
privilegiada. Para Deus, tanto o servo quanto o senhor estão no mesmo nível (Cl
3.11), pois para Ele não há acepção de pessoas.
Concluindo
O cristão deve ser um instrumento que
conduza por sua vida e testemunho outros ao reconhecimento da ação de Deus nas
pessoas e no mundo, de forma que possam se chegar a Deus e glorificá-lo.
"A Bíblia mostra-nos que, como
cristãos, podemos viver sob qualquer forma de governo.
Ainda que, como estrangeiros, nossos direitos sejam limitados no que diz
respeito a este mundo. Mas enquanto cidadão dos céus, temos uma lealdade mais
elevada, e isto deve colidir com nossas responsabilidades perante os potentados
terrenos. Foi o que ocorreu quando o Sinédrio ordenou
a Pedro e a João a não mais pregarem no nome de Jesus. Eles foram obrigados a
declarar que lhes era necessário obedecer antes a Deus que aos homens. O
próprio Jesus os tinha comissionado. Por isso, não podiam deixar de contar as
coisas que haviam visto e ouvido (At 4.19,20).
"Vejamos o exemplo do próprio
Cristo. Num momento difícil, Ele evitou o choque com o poder imperial romano,
ao recomendar: "Daí, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus" (Mt 22.21). A Bíblia é muito clara ao
afirmar que Deus instituiu as autoridades terrenas para que mantenham a ordem e
a legalidade (Rm 13.1-7).
"A responsabilidade do cristão,
enquanto residente temporário na terra, é submeter-se
de boa vontade às instituições humanas. Assim o fazemos não porque tais
instituições sejam boas. Elas podem estar mui distantes do ideal bíblico. O império romano em nada diferia
das ditaduras modernas. Não obstante, Pedro e Paulo exortavam os crentes
a acatarem-lhe as leis. Assim procedemos não para agradar ao governo, mas a
Deus.
"Uma breve observação da história é
suficiente para demonstrar que o cristão nada obtém de real ao envolver-se em
atividades subversivas, ainda que pacíficas.
"Ao sujeitar-nos aos soberanos e
governantes terrenos (1 Pe 2.14), reconhecemo-los como
enviados por Deus. Isso significa que Deus é que detém o controle de tudo ...
"Deus pode utilizar-se do governo
humano (1 Pe 2.15) para reconhecer o nosso bom
procedimento, e silenciar a ignorância dos que se recusam a considerar a verdade."
Fonte: www.ebdareiabranca.com
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